SÉRIE ESPECIAL - BR319: sob a promessa de desenvolvimento, rodovia abre caminho para desmatamento na Amazônia

Publicado em: 29/09/2021 15:59:04

A recuperação e a pavimentação da BR-319, rodovia de ligação entre os estados do Amazonas e Rondônia, pode trazer uma série de prejuízos ambientais e sociais para a região, pois a área de influência da rodovia é um dos pontos de expansão do arco do desmatamento e da grilagem de terras. A área de influência da BR-319 atinge diretamente 11 municípios atravessando seus territórios, sendo estes: Beruri, Borba, Canutama, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Humaitá, Manaquiri, Manaus, Manicoré, Tapauá, e Porto Velho. Porém, a rodovia também pode impactar municípios conectados a ela por outras rodovias como Lábrea pela rodovia federal BR-230 (Transamazônica) e Autazes pela rodovia estadual AM-254. Esses 13 municípios abrigam 42 unidades de conservação e 69 reservas indígenas que ficarão mais acessíveis aos invasores, e suscetíveis à destruição da floresta. O isolamento geográfico da região é um dos fatores que garante a preservação da floresta e das comunidades tradicionais. A dependência das hidrovias desencoraja o transporte de madeira ilegal, pois facilita a fiscalização das embarcações. Contudo, o processo de expansão e reconstrução da malha rodoviária nesta região pode estimular a devastação florestal, uma vez que estimula a especulação de terras, a migração humana, a criação de assentamentos rurais, o crescimento populacional e o estabelecimento de novos focos de desmatamento. Uma projeção realizada pelo Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apontou que a pavimentação da rodovia estimulará fluxos migratórios, a expansão de atividades agrícolas e a ocupação de terras, o que elevará as taxas de desmatamento chegando a 9,4 mil km² anuais em 2050. Além disso, a região se tornará foco de diversos conflitos e crimes ambientais. A única forma de evitar as consequências do empreendimento seria seguir o processo de consulta pública, mas isso não tem acontecido


Fonte: Brasil de fato; Idesam; DW Brasil; Amazônia Real

Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência.