Publicado em: 01/09/2021 21:02:40
Analisando criticamente os sistemas de comunicação e os seus papéis no capitalismo
A comunicação exerce um papel de destaque na vida das pessoas. Hoje, mais do que nunca, visualizamos o seu poder, visto que o papel ideológico dos meios e os desafios relacionados à internet nos leva a este cenário de plataformização da vida, da natureza e do nosso dia a dia. Quase tudo é passível de ser compartilhado.
Nessa linha, faz-se necessário uma análise crítica dos sistemas de comunicação e de seus papéis no capitalismo. Isso porque os macrossistemas técnicos, sobretudo o das telecomunicações, constituem o fundamento material das relações de poder. Um traço do atual sistema é a rapidez da difusão, de modo que as novas tecnologias envolvem muito mais gente e colonizam muito mais áreas.
Visualiza-se que a tecnologia atual se impõe como praticamente inevitável e é coordenada por uma mais-valia internacional. A era das telecomunicações é baseada entre tecnologia digital, política neoliberal e mercados globais. A informação é inequalitária e concentradora e, no contexto latino-americano, tem sido base para a construção de narrativas anticientíficas e antidemocráticas, em sua maioria com material falso, mas que tem contribuído para golpes de Estados e supressão de direitos.
A comunicação é um direito fundamental, porém, seu exercício é apropriado pelo capital. Nesse cenário, possui algumas funções: função de propaganda (legitimação do sistema), função de publicidade (mundo da mercadoria) e função de programa (tradução para o cotidiano).
Essas funções tem uma dimensão econômica (estímulo à indústria de bens de consumo e controle da informação útil para organização das empresas) e uma dimensão ideológica (modo de vida atrelado ao consumo, com legitimação da dominação, influência política, e representações sociais).
Assim, necessário refletirmos sobre o “capitalismo datocêntrico”, que busca converter todos os aspectos da existência cotidiana em ativo rentável. Os dados são usados para mudar estratégias do fazer político, de modo que os impactos da datificação permite novas formas de vigilância e controle social. Mas no meio disso tudo há resistências, sendo muito importante registrar as lutas cotidianas e delas buscar as bases para o embate que se faz necessário.
Fonte: DITERRA; Rede Jubileu Sul